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9 de nov. de 2009

Top 10 Games Casca Grossa (fonte:fliperama.com)

Games Casca Grossa.



10. King’s Field IV

Nada melhor para começar este top 10 do que citar este esquecido game de PS2. Afinal, Demon’s Soul é meio que um sucessor do estilo de jogo encontrado aqui. A série King’s Field fez um relativo sucesso no Japão, onde seu gameplay lento e compassado e seu design minimalista foram responsáveis por gerar interesse de um restrito nicho de gamers hardcore nipônicos. Você controla um cavaleiro que deve carregar uma relíquia amaldiçoada até seu lugar de descanso em algum lugar entre os escuros corredores de uma cidade medieval perdida. A sacada é que enquanto você tiver com o artefato na mão os monstros das trevas que habitam o local estarão na sua cola. Logo no início, antes de adentrar o macabro calabouço, o jogador fica sabendo que outras centenas de guerreiros como você jamais retornaram da cidade.

Se com seu design aberto, que faz o game parecer uma série de labirintos, o game já se torna uma lenta e difícil saga, a atmosfera apenas complementa a tensão. Este é um mundo escuro, básico e opressor, e você estará sempre encarando-o em primeira pessoa. Seu personagem anda e desfere espadadas lentamente, natural para um cavaleiro cheio de armaduras e equipamentos. O uso de uma magia básica é possível, mas quase não é o suficiente para te levar até seu derradeiro final. Em King’s Field, você está controlando alguém que é dolorosamente humano em suas habilidades. E isso, acreditem, é dureza.



9. Devil May Cry 3

O papo da galera logo depois que o primeiro DMC saiu para Playstation 2 era só esse: exclamações e surpresa com o desafio do game, estratégias úteis para chefes e, claro, toda a pompa possível de um amigo que tenha finalmente chegado ao fim do game. Devil May Cry 3 levou a dificuldade da série a novos patamares. Esse game recompensa a criatividade e reflexos rápidos, afinal, a melhor tática neste game está em manter o contador de combos rolando. Claro, os chefes quebram um pouco essa tática, exigindo que o jogador se adapte a uma série de padrões de ataque, conheça bem os pontos fracos de suas defesas. O que raramente chega a ser pontos amarelos brilhantes ou coisa do gênero: a fraqueza de cada chefe (sim elas existem) é subjetiva e aparece conforme você vai entendendo seus métodos de ataque.

O segundo chefe do game já é um estorvo na dificuldade média, e dali em diante tem de tudo: golpes que matam na hora, teleportes, uma irritante demonstração de vampirismo e transformações diversas. E nem me fale da épica, porém horrivelmente difícil, batalha final. Vale ainda dizer que o Normal na versão americana é o Hard da versão japonesa. E o game ainda brinca com você nesse sentido: o Normal está aberto desde o início, e a dificuldade Very Easy só é acessada se o jogador falhar um dado número de vezes. O game, sacana, até te convida a recomeçar o jogo na dificuldade inferior.



8. Ikaruga

A essa altura, é justo dizer que Ikaruga é um dos games preferidos aqui da redação do Fliperama. Estamos sempre dispostos a participar de mais uma partidinha, e de se encurralar por entre uma rajada bicolor de tiros fosforescentes que acabaram de ser disparados por uma entidade de fora da tela bem em nosso focinho videogamístico. Não há dúvidas que este jogo é puramente divertido, mas convenhamos, Ikaruga é um shooter difícil. Quase tanto quanto escolher um jogo de nave para essa lista. Quer dizer, game casca-grossa é o que não falta neste gênero: temos R-Type, que, contando com a possibilidade de atirar para frente e pra trás, tem inimigo saltando de todo o lado. Temos Galaga que, de tão difícil, foi o primeiro game a ter o código Konami (cima, cima, baixo, baixo, esquerda, direita, esquerda, direita, B, A! Vamos lá, se você é um gamer das antigas já devia ter isso decorado no seu DNA à essa altura).

Mas Ikaruga leva o troféu por exigir que o jogador seja um multitarefa: você tem que navegar o veículo voador por fases tortuosas, prestar atenção nos disparos que praticamente tem pra todo lado, mirar, atirar, tramar uma rota por entre os tiros e escolher quais você vai ou não absorver. Os tiros vem em duas cores, assim como sua nave também conta com duas polaridades. Funciona assim: tiros de cor igual à sua polaridade são absorvidos, e essa energia acumulada pode ser usada para efetuar um golpe fatal. Tiros de cor oposta à polaridade te matam numa só. Some a isso o fato de que nos níveis mais difíceis os inimigos mortos lançam um sem número de tiros no ar, e você tem à sua frente um desafio digno de Hércules.



7. Shinobi

Shinobi é um raro caso de uma série que só fez ficar mais difícil com a transição entre gerações de consoles. Os primeiros Shinobi para NES e fliperama eram sem dúvida um bom desafio, mas não são nada se comparados a Shinobi para Playstation 2. Esse jogo é casca-grossa: além de fases de plataforma altamente exigentes e a necessidade de se ter reflexos de gato tanto para cruzar abismos sem fundo quanto detonar inimigos, a própria arma de Shinobi suga lentamente a vida do ninja. A espada amaldiçoada Akujiki leva ao extremo a lógica de risco e recompensa que permeia todos os bons jogos desafiadores: ela se alimenta da vida dos inimigos, e se bem sustentada desta terrível fonte, a lâmina é ainda mais potente. Mas dê um tempo no jogo ou aja muito cautelosamente, evitando inimigos e afins, e a espada fica sem alimento depressa. Quando está nesse estado, a Akujiki não tem outra escolha senão sugar a força vital de quem esta mais próximo dela: nosso herói.

Shinobi não é só uma enervante experiência de tentativa e erro que exige reflexo e sangue frio. O game também te obriga a ir depressa, quase sem pensar duas vezes. Fique em um lugar apenas e logo, logo você vira aperitivo de espada samurai. Simples assim.



6. Castlevania III: Dracula’s Curse

Este é o Castlevania mais hardcore da série, lançado no Nintendinho lá para os idos de 1990, logo depois de Simon’s Quest e seus chefes de fase simples e design de questionável qualidade. Dracula’s Curse volta a retomar as mecânicas do primeiro game, contando com um estilo plataforma parecido, o chicote como arma principal e uma série de itens especiais. Mas, mais notavelmente, a dificuldade do primeiro volta ainda mais intensa em Dracula’s Curse. Todos os truques baratos da série estão a todo o vapor neste game: cabeças de medusa voadoras que saem do nada, inimigos que aparecem apenas quando o jogador já está quase em cima deles, pisos falsos e segredos obscuros. Além de um chefe final com três formas e golpes indefensáveis. Haja água benta.

Os Castlevania do NES merecem todos uma citação aqui. A série mudou a olhos vistos deste o excelente Symphony of the Night (PSOne), mas se tornou uma franquia muito menos exigente que em seus primeiros anos. Se você gosta de ser desafiado e jogado no chão pelos seus games e gosta de Castlevania, seu lugar está mesmo no Nintendinho.



5. Demon’s Crest

Estavam esperando que Ghosts n’ Ghouls ia aparecer a alguma altura nesta lista? Bem, tirando o fato de que você tem que jogar o exigente game DUAS vezes para vencê-lo, creio que este não seja tão difícil quanto o hardcore spin-off Demon’s Crest. O jogo estrela, curiosamente, um dos inimigos do Rei Arthur, herói de GNG. O gárgula , renomeado Firebrand, tem uma dura saga pela frente atrás de poder ilimitado, dado por uma série de emblemas misteriosos. E os desenvolvedores do game quiseram que a parte da “dura saga” ficasse clara desde o começo: este é um dos poucos games que começam com uma batalha contra chefes, e uma que é uma verdadeira dureza.

O enorme dragão zumbi assombrou o sono de milhares de jogadores e estragou fins de semanas de garotos e garotas desavisadas da “injusta” dificuldade do game, e incapazes de aproveitar o resto deste genial side-scroller. Mas não se engane: este primeiro chefe é apenas um de uma diversidade de grandes obstáculos no decorrer do game. Boa sorte, você vai precisar.



4. F-Zero GX

Outro caso de um game que ficou mais difícil com sua evolução para o 3D. Com a chegada de estágios retorcidos, surreais e viscerais, o que já era desafiador no SNES se tornou material para profissionais em F-Zero GX, exclusivo para o Gamecube. O game deixa de lado as pistas planas criadas sob a tecnologia Super-FX para desenvolver um design beirando a loucura. E não são só os traçados absurdos que te deixarão na ponta da cadeira: os pilotos, mesmo no nível normal de dificuldade, são extremamente agressivos, lutando por posições e cometendo uma admiravelmente pequena quantidade de erros. Uma das missões mais para a frente do game desafia o gamer a derrotar sete inimigos que não são nada mais, nada menos do que uma espécie de “gravação” de sete dos melhores pilotos entre os desenvolvedores de F-Zero GX. Loucura.

E a exigência das missões do jogo não para por aí: há coisas como correr em uma pista castigada por rochas que caem de uma montanha próxima, vencer uma corrida contra uma dezena de ases do volante e até mesmo bancar o filme Velocidade Máxima e correr uma pista inteira sem desacelerar e sem bater em paredes ou no tráfego. E devo te lembrar dos designs malucos dos cenários?



3. Bionic Commando

1988. Em um mundo dominado por encanadores e criaturas pixeladas que pulavam e corriam por cenários 2D, a Capcom lança Bionic Commando para o NES. O game, que estrelava o super-soldado Radd Spencer, mudou literalmente as regras do jogo. Veja bem: Rad é incapaz de pular. Para sanar esta deficiência, o militar conta com um braço cibernético capaz de lançar um arpão, que se prende em partes do cenário e pode ser usado como meio de se saltar para áreas antes inacessíveis. E assim, vai Radd Spencer, como um tipo de Tarzan virtual.

Mas não ache que a liberdade de movimento trouxe mais facilidade. Bionic Commando conta com um dos designs de fase e chefes mais desafiadores da história dos games. Derrubar o Albatross era trabalho para poucos, e significava acabar com todo o reinado tirano de Master D (nada mais que Hitler na polêmica versão original do game, Hitler no Fukkatsu: Top Secret, algo como “a ressureição de Hitler”. Pitoresco). O jogo termina com um BANG! Quando o chefe final é derrubado, Hit... quer dizer, Master D aparece em uma pequena caixinha de diálogo e uma série de sprites mostram sua cabeça explodindo quadro a quadro.



2. Contra

Um misto de ficção científica com filmes pipoca de ação típico de Schwazzeneger, a trama de Contra coloca até dois jogadores contra uma horda de invasores alienígenas impiedosos. Essa é toda a história que você precisa para começar a detonar os inimigos. Ou deveria dizer, bem pelo contrário. Alienígenas de todo o tipo povoam o game, aparecendo no limiar das telas com seus canos fumegantes já vomitando bolinhas brancas de energia mortal. E não adianta ficar abaixado e esperar pelo melhor, pois tiros vêm de múltiplas direções. Combine isso a saltos complicados e uma irritante fase numa cachoeira.

Contra foi responsável por tornar popular o famoso código Konami. Com ele o jogador recebia uma quantia total de 30 vidas. Se vencer o game com as originais 3 tentativas era um feito impossível, acredite que as 27 a mais não mudam muito a tensão do game. Mantenha-se perto do seu colega, fique ligeiro, pegue a maldita arma de rajada triangular e nunca, mas nunca, largue dela. Sua vida (todas as 30 delas) depende disso.



1. Battletoads

A Rare, conhecida por jogos de temática mais amigável para crianças, é também bem enraizada na mente de jogadores hardcore. A razão está neste velho clássico do NES, Battletoads. É justo dizer que a Rare não tava para brincadeiras quando lançou este game, facilmente o mais difícil de todos os tempos. O game começa com os jogadores no controle de três sapos mutantes radicais, que devem usar uma dezena de golpes ridículos para derrubar as forças da rainha negra e retornar a paz ao universo. Um objetivo que poucos gamers podem se orgulhar de ter conseguido sem qualquer ajuda do bom e velho truque do Game Genie.

Estágios como o da temível corrida de motos, em que obstáculos passam rápidos pela tela, plataformas móveis, poucos continues e hitpoints e o “friendly fire” sempre ligado garantiram que poucos jogadores iriam passar ilesos pela terceira fase. E o que dizer então do restante do game? Embora Battletoads comece como um beat-em’ up casual, ele logo expande seu gameplay para novos e mais complicados desafios. Se isso o faz um dos melhores games de seu gênero, faz também de Battletoads o merecedor do título Fliperama de games mais difíceis já criados. Apenas para masoquistas.

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